quarta-feira, 21 de agosto de 2013

INCLUSÃO SOCIAL/MATÉRIA DO JORNAL O FLUMINENSE




Inclusão social pela dança derruba limites para os alunos especiais

Por: Roberta Thomaz 11/06/2012


Aulas de hip-hop transformam a vida de portadores de síndrome de down, e ajudam, principalmente na interação com as pessoas e no afastamento da depressão


A dança é uma forma de expressão humana que, além de prevenir fatores de risco para saúde, também pode contribuir para a inclusão social. Consciente desses benefícios, Luciano Motta, professor de hip-hop da Urban Dance Center, mergulhou num grande desafio: direcionou suas aulas a portadores de Síndrome de Down.

“A iniciativa surgiu de uma conversa com duas amigas, a Cláudia e a Conceição, que têm sobrinhas especiais. Muitas vezes, os portadores de Síndrome de Down são tratados como doentes e deixados de lado pela sociedade. A turma começou com três pessoas e, hoje, já está com dez”, orgulhou-se o professor.

As aulas acontecem todos os sábados, às 8h, no Parque Palmir Silva, no Barreto. Inicialmente, os alunos dançam um tema livre para que “se soltem e possam ser observados”. Assim, o professor elabora as atividades de acordo com os limites e dificuldades de cada um. De acordo com a funcionária pública Cláudia Sudré, tia de Anna Carolinne Sudré, de 24 anos, a dança contribuiu para o amadurecimento da sobrinha.

“A atividade resgatou a confiança da Carolinne, que amadureceu muito. Ela agora quer falar, fazer e acontecer. Além disso, passou a trabalhar melhor o limite de espaço”, afirmou.

Colega de trabalho de Cláudia e tia da jovem Gabrielle dos Santos, de 20 anos, Conceição Santos destaca a importância da inclusão social de pessoas portadoras de necessidades especiais.

“A inclusão é linda na teoria, mas complicada na prática. Uma vez, a Gabrielle me disse o quanto seria muito bom se as pessoas respeitassem os especiais. Ou seja, ela percebeu a diferença de tratamento. Os portadores de Síndrome de Down são muito carinhosos e sempre têm amor para dar. Não merecem ser desvalorizados”, ressaltou.

Entre os benefícios oferecidos pela dança estão a interação, a melhoria do humor e a consequente diminuição do estresse, o que afasta a depressão. Matriculada na aula há cerca de três meses, Gabrielle afirma que a atividade representa uma oportunidade de crescimento.

“A dança ajuda a construir uma mente nova e a fazer exercício. A vida da gente mudou. O coração ficou mais leve, se soltou mais. Meu sonho é conseguir um emprego e fazer um curso. Quero construir minha vida”, destacou a jovem.

Passos de liberdade
Além dos alunos portadores de Síndrome de Down, a turma é composta pela deficiente visual Gleiciane de Sousa, de 15 anos. Segundo a mãe, Andrea de Sousa, a jovem – que perdeu a visão quando ainda era recém-nascida – descobriu uma nova oportunidade na dança.

“A atividade ajuda muito na mobilidade. Os deficientes visuais se sentem um pouco presos, com medo de bater nas coisas. Fiquei com medo de matricular minha filha na turma, mas ela se desprendeu muito rápido. Minha filha se solta bastante em todas as músicas”, afirmou.

Para coreografar Gleiciane, o professor conduz seus movimentos de acordo com a música. Após algumas repetições, a jovem liga a coreografia ao ritmo.

“Nas aulas, a limitação não representa exclusão, mas uma espécie de adaptação. É inexplicável a sensação de ensinar pessoas tão especiais. Eu me renovo a cada aula. A dança os destaca como seres humanos”, afirmou Luciano.


O FLUMINENSE
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Aulas de hip-hop transformam a vida de portadores de síndrome de down, e ajudam, principalmente na interação com as pessoas e no afastamento da depressão


A dança é uma forma de expressão humana que, além de prevenir fatores de risco para saúde, também pode contribuir para a inclusão social. Consciente desses benefícios, Luciano Motta, professor de hip-hop da Urban Dance Center, mergulhou num grande desafio: direcionou suas aulas a portadores de Síndrome de Down.

“A iniciativa surgiu de uma conversa com duas amigas, a Cláudia e a Conceição, que têm sobrinhas especiais. Muitas vezes, os portadores de Síndrome de Down são tratados como doentes e deixados de lado pela sociedade. A turma começou com três pessoas e, hoje, já está com dez”, orgulhou-se o professor.

As aulas acontecem todos os sábados, às 8h, no Parque Palmir Silva, no Barreto. Inicialmente, os alunos dançam um tema livre para que “se soltem e possam ser observados”. Assim, o professor elabora as atividades de acordo com os limites e dificuldades de cada um. De acordo com a funcionária pública Cláudia Sudré, tia de Anna Carolinne Sudré, de 24 anos, a dança contribuiu para o amadurecimento da sobrinha.

“A atividade resgatou a confiança da Carolinne, que amadureceu muito. Ela agora quer falar, fazer e acontecer. Além disso, passou a trabalhar melhor o limite de espaço”, afirmou.

Colega de trabalho de Cláudia e tia da jovem Gabrielle dos Santos, de 20 anos, Conceição Santos destaca a importância da inclusão social de pessoas portadoras de necessidades especiais.

“A inclusão é linda na teoria, mas complicada na prática. Uma vez, a Gabrielle me disse o quanto seria muito bom se as pessoas respeitassem os especiais. Ou seja, ela percebeu a diferença de tratamento. Os portadores de Síndrome de Down são muito carinhosos e sempre têm amor para dar. Não merecem ser desvalorizados”, ressaltou.

Entre os benefícios oferecidos pela dança estão a interação, a melhoria do humor e a consequente diminuição do estresse, o que afasta a depressão. Matriculada na aula há cerca de três meses, Gabrielle afirma que a atividade representa uma oportunidade de crescimento.

“A dança ajuda a construir uma mente nova e a fazer exercício. A vida da gente mudou. O coração ficou mais leve, se soltou mais. Meu sonho é conseguir um emprego e fazer um curso. Quero construir minha vida”, destacou a jovem.

Passos de liberdade
Além dos alunos portadores de Síndrome de Down, a turma é composta pela deficiente visual Gleiciane de Sousa, de 15 anos. Segundo a mãe, Andrea de Sousa, a jovem – que perdeu a visão quando ainda era recém-nascida – descobriu uma nova oportunidade na dança.

“A atividade ajuda muito na mobilidade. Os deficientes visuais se sentem um pouco presos, com medo de bater nas coisas. Fiquei com medo de matricular minha filha na turma, mas ela se desprendeu muito rápido. Minha filha se solta bastante em todas as músicas”, afirmou.

Para coreografar Gleiciane, o professor conduz seus movimentos de acordo com a música. Após algumas repetições, a jovem liga a coreografia ao ritmo.

“Nas aulas, a limitação não representa exclusão, mas uma espécie de adaptação. É inexplicável a sensação de ensinar pessoas tão especiais. Eu me renovo a cada aula. A dança os destaca como seres humanos”, afirmou Luciano.


O FLUMINENSE

 

 

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